quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Mais um conto de bar

Imagem reprodução



Aquele homem no balcão do bar, 
Devorava-te com o olhar, 
Não imaginava a quão fera, 
Inquieta, serena, complexa, 
Dentro dela estava a morar. 

Aquele homem desconhecido, 
Tentava lhe despir a alma, 
Intocável, fechada, caótica, 
Não era para ele essa nudez. 
Conseguir essa essência despida, 
Missão concluída por poucos. 

Aquele homem que não a conhecia, 
Que não a lia, nem ao menos seu nome sabia, 
Talvez a achasse frágil, sozinha. 
Coitado! 
Mal imaginaria que sua melhor companhia 
Eram pensamentos vagos, soltos pelo vento. 

Aquele homem que a via, 
Deslizando a mão sobre a mesa de madeira, 
Rindo de qualquer besteira, 
Fantasiava suas necessidades. 
Coitado! 
Mal ele imaginaria que ela é mulher de verdade.

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