terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mais um conto contemporâneo


Em um dos dias do mês de março, daquelas tardes lindas, onde o crepúsculo aparece de uma maneira sublime, enfeitando a chegada do anoitecer; deparei-me com o esboço de um anjo, tinha que ser um rascunho feito pelas delicadas mão de Deus, algo tão surreal que já era perfeito no seu ato de existir.

Moreno, com a pele dourada do sol; aqueles ombros largos... E que ombros, tinha as formas magistrais. Aqueles olhos claros!! Era um olhar hipnótico, misterioso com um “quê” de doçura, eu já nem sabia mais a definição do que estava vendo ou mesmo se estava vendo, a verdade é que eu tinha plena convicção do que sentia, isso sim... foi paixão!

Aquele doce ritmo de cada sorriso, cada abraço e nos beijos mais ardentes, me levaram aos embalos de nossos corpos e quando falava ao pé do meu ouvido, era como escutar minha canção predileta.

Então eu descobri que estava realmente apaixonada. Declarei minha paixão ao sete ventos, aos cantos do mundo. Ensaiava cantigas para ninar, só para fazê-lo dormir e ter o agrado de vê-lo abrir os olhos ao acordar, era um dos momentos mais prazerosos quando seus olhos abriam lentamente, o brilho de seu olhar iluminava minha alma, era um alimento para meu dia, tornou-se uma dependência.

Fui ludibriada... Já não tinha mais como retornar, deixei-me levar pelas energias emocionais daquele momento, que eram mágico, tão maravilhoso, mas tive o erro de acreditar que era permanentemente perfeito, pois não foi!

O sonho do príncipe urbano havia acabado, retornei a realidade caótica e diante este conto de fadas, meu orgulho ficou perdido em alguma página desta história de amor, que teve o prazo de validade vencido, onde o “para sempre” foi no máximo “até logo”.

A paixão é como fragmentar o coração, aqueles pedaços de lembranças, saudades, risos, alegrias e até mesmo as brigas da rotina do casal, serão colocados na caixa do esquecimento, não para serem esquecidos, simplesmente para não doerem, pois tudo de reconstitui com o devido tempo. Paciência!

E quando toda esta etapa concluir, você ainda conseguirá sorri e ser feliz por ainda conseguir amar.


Diz Antoine de Saint Exupéry: "Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso".