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Com asas brandas, cheguei ao céu.
Ah! Como era lindo.
A felicidade comandava o voejo;
Era um voo com destino certo.
Mas num elance do voo e vida,
Minhas asas foram cortadas,
Sem condolências, sem piedade.
Então, cai bruscamente...
Queda de sonhos, de expectativas.
Estava alto demais;
O vento em meu corpo, machucava minha alma.
Como poderia alguém forjar minhas asas?
Que dentre almas quiça um amor?
Sem pudor e sem condoimento me lançou?
Doeu! Machucou!
Feriu o mais íntimo da alma entregue.
Mas cheguei ao solo, nivelado, plano, liso;
Diferente de um voo sem assimetria.
Com o peito aberto e coração sangrando,
Fui recebida por anjos terrenos,
Que entre lenitivos, desvelaram o real.
Mas ainda que arriscado e incerto,
Eu nasci para voar.
(Adriana Ishikawa)